
Você já viu a notícia circulando nas redes sociais? Dizem que a Terra está se partindo ao meio , que rachaduras estão crescendo no fundo do Oceano Pacífico e que uma catástrofe global pode estar em andamento. Soa como o começo de um filme de ficção científica — e é exatamente isso que é: falso alarme .
Essas informações, embora compartilhadas com grande impacto emocional, não têm base científica real . Não há evidências de que nosso planeta esteja literalmente se dividindo ou perdendo sua integridade estrutural.
Neste artigo, vamos esclarecer os fatos, explicar o que realmente está acontecendo com as placas tectônicas , desmentir os boatos sobre a Terra se partindo ao meio e mostrar como esse tipo de informação distorcida se espalha tão rapidamente.
Fique conosco e descubra por que você pode dormir tranquilo — literalmente.
O que dizem os boatos sobre a Terra se partindo ao meio?
As mensagens falsas indicam que:
🔹 Uma “rachadura gigante” está se formando entre as placas tectônicas sob o Oceano Pacífico ;
🔹 Essa fissura estaria aumentando de forma acelerada;
🔹 Isso significaria que a Terra estaria literalmente “se partindo ao meio”;
🔹 Alguns até sugerem que isso poderia levar ao fim da vida na Terra.
Além disso, muitos sites sensacionalistas usam imagens reais de zonas de subducção ou dorsais meso-oceânicas para dar credibilidade à notícia — o que é enganoso.
Apesar do tom dramático, a ciência tem outra história para contar.
Por que essas notícias são fake news?
O principal motivo pelo qual a afirmação “a Terra está se partindo ao meio ” é incorreta é porque não há nenhuma alteração catastrófica nas placas tectônicas além do seu comportamento natural .
A crosta terrestre é composta por várias placas que se movem constantemente — alguns centímetros por ano — causando terremotos, vulcões e elevações montanhosas. Mas isso é parte do processo normal da dinâmica interna do planeta .
Segundo especialistas da USP e da Harvard University , o movimento das placas tectônicas é monitorado 24 horas por dia por institutos geológicos ao redor do mundo. E nenhum dado confirma uma divisão inesperada ou perigosa da crosta terrestre.
Portanto, a suposta “partida” da Terra é apenas uma interpretação equivocada ou intencionalmente manipulada de fenômenos naturais.
Como funcionam as placas tectônicas?
Para entender por que a Terra não está se partindo ao meio , é preciso antes compreender como funciona o sistema geológico do nosso planeta.
A superfície da Terra é dividida em grandes segmentos chamados placas tectônicas , que se movimentam devido às correntes de convecção do manto terrestre. Existem três tipos principais de movimentos:
🔹 Divergentes : quando as placas se afastam, criando novas crostas (como nas dorsais meso-oceânicas);
🔹 Convergentes : quando duas placas colidem, gerando montanhas ou zonas de subducção;
🔹 Transformantes : quando as placas deslizam horizontalmente uma contra a outra, causando terremotos.
Esse processo dura bilhões de anos e é contínuo. Ele não representa uma “ruptura cataclísmica”, mas sim uma transformação lenta e constante do nosso planeta.
O que realmente está acontecendo no Pacífico?
Na verdade, o Oceano Pacífico é palco de atividades tectônicas normais e estudadas há décadas. A chamada Zona Sísmica do Anel de Fogo , que envolve boa parte do Pacífico, é um dos lugares mais ativos do planeta em termos geológicos.
Isso inclui:
🔹 Terremotos regulares
🔹 Atividade vulcânica
🔹 Movimentos lentos das placas oceânicas
Uma dessas áreas, perto da Dorsal do Pacífico Oriental , mostra expansão do solo marinho — algo previsto e observado por satélites e submarinos especializados.
Contudo, nenhum sinal aponta para uma ruptura iminente ou global . Pelo contrário: estamos lidando com fenômenos naturais e controláveis , longe de qualquer cenário apocalíptico.
Por que a ideia de que a Terra se partindo ao meio faz tanto sucesso?
Infelizmente, notícias como “a Terra está se partindo ao meio ” ganham velocidade por conta de:
🔹 Sensacionalismo digital : conteúdo alarmante gera cliques;
🔹 Maus entendidos científicos : dados técnicos são simplificados ou deturpados;
🔹 Imagens chamativas : fotos de frestas geológicas ou mapas de placas em movimento são usadas fora de contexto;
🔹 Falta de checagem : muitos compartilham sem confirmar a veracidade.
Estudos feitos pela OMS e revistas de comunicação mostram que notícias sobre o fim do mundo ou colapsos planetários têm maior chance de viralização, mesmo sem base factual.
Por isso, é importante sempre buscar fontes confiáveis e consultas científicas antes de acreditar em conteúdos que afirmam coisas extremas.
Expansão do fundo oceânico: mito ou realidade?
A expansão do fundo oceânico é real — mas isso não significa que a Terra está se partindo ao meio .
Em locais como a Dorsal Mesoatlântica e a Dorsal do Pacífico Oriental , lava quente sobe do manto e forma nova crosta, empurrando as placas para longe. Esse processo, chamado de expansão do solo oceânico , ocorre há milhões de anos.
No entanto, ele não causa “rachaduras” perigosas nem compromete a integridade do planeta. Ao contrário: é um mecanismo natural de regeneração geológica.
Portanto, o que vemos não é um planeta se rompendo, mas sim um planeta vivo , dinâmico e em constante adaptação.
O papel da ciência em desmentir o medo infundado
A comunidade científica, por meio de órgãos como a NASA , o Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS) e a Universidade de São Paulo (USP) , trabalha incansavelmente para garantir que o público receba informações precisas sobre eventos naturais.
Quando falamos em “Terra se partindo ao meio “, a ciência explica claramente que:
🔹 A Terra tem um núcleo líquido e semi-rígido, mas não frágil como uma casca de ovo;
🔹 As placas tectônicas se movem de forma previsível e monitorada;
🔹 Não há registros de aumento repentino ou anômalo na atividade tectônica recente;
🔹 Os modelos geofísicos não preveem um colapso estrutural global da crosta terrestre.
Portanto, embora o planeta esteja em constante mudança, ele não está se partindo ao meio .
Curiosidades sobre o movimento das placas tectônicas
🔹 A placa africana e a sul-americana estão se separando há milhões de anos, criando o Oceano Atlântico;
🔹 A Índia ainda se move em direção ao continente asiático, continuando a elevar o Himalaia;
🔹 Em média, as placas tectônicas se movem entre 0,5 e 10 cm por ano — menos do que o crescimento das unhas humanas;
🔹 Cientistas usam satélites para monitorar esses movimentos com precisão milimétrica;
🔹 O “Anel de Fogo do Pacífico” abriga cerca de 75% dos vulcões ativos do mundo .
Esses fatos ajudam a entender que a Terra está em movimento constante , mas longe de qualquer cena de colapso.
Conclusão: A Terra não está se partindo ao meio, mas continua se transformando
A Terra não está se partindo ao meio , nem no Pacífico, tampouco em qualquer outro lugar do globo. O que existe é o funcionamento natural do sistema tectônico , algo que permite o renascimento das camadas externas do planeta há bilhões de anos.
A ideia de que vivemos em um planeta em colapso é uma narrativa que, embora assustadora, não se sustenta diante da ciência. E o mais impressionante é que, mesmo com todos os abalos, erupções e terremotos, nossa casa cósmica segue girando, respirando e mudando — talvez, inclusive, nos preparando para um futuro que ainda nem imaginamos.
Então respire fundo, relaxe e continue aprendendo com a verdadeira ciência por trás do que parece mentira.
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