Estudo revela que abelhas e água limpa têm mais valor do que todo o ouro do mundo, entenda

abelhas e água limpa têm mais valor do que todo o ouro do mundo

Imagine um mundo sem flores, sem frutas, sem café, sem chocolate. Um mundo onde o silêncio substitui o zumbido suave do verão. Esse cenário distópico pode se tornar realidade se continuarmos subestimando o valor das abelhas . Um estudo recente da Universidade de Oxford comparou o valor econômico global de recursos naturais como ouro , petróleo e mineração com serviços ecológicos essenciais como a polinização e o acesso à água limpa . O resultado foi inequívoco: nem todo o ouro do mundo supera o valor combinado das abelhas e da água potável para a sobrevivência humana.

O relatório, publicado no Journal of Environmental Economics , mostra que a polinização realizada por abelhas e outros insetos contribui com mais de 577 bilhões de dólares anuais para a economia global, sustentando 75% das culturas alimentares. Já o acesso à água limpa evita custos astronômicos com saúde pública, saneamento e tratamento de doenças. Enquanto o ouro tem valor de mercado, as abelhas e a água têm valor de vida. Neste artigo, você vai entender por que precisamos repensar o que consideramos “precioso”, como a natureza sustenta nossa existência e o que podemos fazer para proteger esses bens verdadeiramente inestimáveis.

O Valor Real do que Não Tem Preço

Quando falamos em riqueza, pensamos em metais preciosos, petróleo, ações e imóveis. Mas o estudo da Oxford revela uma verdade desconfortável: o valor de mercado desses recursos é temporário, enquanto o das funções naturais é permanente e irreplaceável. O ouro , por exemplo, tem um valor estimado em cerca de 12 trilhões de dólares em reservas globais. Já o petróleo , embora gerador de riqueza, causa impactos ambientais e de saúde que, quando contabilizados, reduzem seu valor líquido.

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Por outro lado, a polinização por abelhas não pode ser replicada por máquinas ou humanos em escala viável. Para polinizar apenas um hectare de maçãs, seriam necessárias centenas de pessoas trabalhando por semanas. As abelhas fazem isso em horas, de graça, com precisão e eficiência. Sem elas, culturas como amêndoas, morangos, abóboras e nozes desapareceriam do nosso cardápio. O custo de substituir esse serviço seria incalculável — e, na prática, impossível.

Da mesma forma, o acesso à água limpa evita bilhões em gastos com doenças diarreicas, infecções renais e tratamentos médicos. Em países em desenvolvimento, a falta de saneamento básico mata mais pessoas do que qualquer conflito armado. A água potável não é um luxo — é um alicerce da civilização. E, como as abelhas , ela não está à venda no mercado de commodities, mas é fundamental para tudo o que existe.

O estudo propõe uma nova métrica: o “Valor de Sobrevivência”. Nele, recursos que sustentam a vida humana e ecológica são colocados acima dos que apenas geram lucro. E nessa escala, abelhas e água limpa estão no topo.

Quando o Mercado Falha a Natureza

O problema é que o sistema econômico atual não valoriza o que não pode ser vendido. Uma floresta intacta vale menos em termos contábeis do que quando é derrubada para virar madeira ou pasto. Uma colmeia não aparece no balanço de uma empresa, mas sua ausência pode quebrar cadeias produtivas inteiras. Essa falha de mercado é o que leva ao desmatamento, à poluição e à extinção silenciosa de espécies como as abelhas .

Fatores como uso de agrotóxicos, monocultura, mudanças climáticas e perda de habitat estão dizimando populações de abelhas em todo o mundo. Na Europa e na América do Norte, colapsos de colmeias se tornaram comuns. Isso não é apenas uma crise ambiental — é uma ameaça direta à segurança alimentar. Sem polinizadores, a produção agrícola cai drasticamente, os preços sobem e a desnutrição aumenta.

O estudo alerta que, se continuarmos tratando a natureza como um recurso descartável, o custo será muito maior do que qualquer lucro obtido. Por isso, cientistas defendem a inclusão de serviços ecossistêmicos nos indicadores de desenvolvimento, como o PIB. Imagine um país cujo crescimento é medido não apenas pelo que extrai, mas pelo que preserva: florestas, rios, solos férteis e populações de abelhas saudáveis.

Essa mudança de mentalidade já começa a acontecer. Cidades como Cingapura e Curitiba investem em corredores verdes e telhados com colmeias urbanas. Agricultores orgânicos adotam práticas que atraem polinizadores. E governos começam a criar políticas de pagamento por serviços ambientais, recompensando quem protege o que realmente importa.

Uma História Real: Quando o Mel Virou Moeda de Troca

Na cidade de Ouro Preto (MG), um grupo de agricultores enfrentava baixa produtividade em suas hortas. Foi então que um apicultor local sugeriu plantar flores nativas e instalar colmeias. Em dois anos, a produção aumentou 80%. O mel, antes um subproduto, virou símbolo de valor. “Hoje, trocamos mel por legumes, ovos, até serviços”, conta o produtor João Alves. “Não precisamos de dinheiro para tudo.”

Sua história mostra que o verdadeiro valor está na troca, na rede, na vida que se renova. E que nem todo o ouro do mundo compra o zumbido de uma abelha em pleno voo.

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